Governo do Ceará enviará 66 toneladas de alimentos e água potável para o Rio Grande do Sul
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O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), autorizou na noite desta terça-feira (7) o Governo do Estado a prestar ajuda humanitária às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito através das redes sociais.
"Assinei e enviei para a Assembleia Legislativa, na noite desta terça-feira (7), mensagem que autoriza o Governo do Estado a prestar ajuda humanitária às famílias afetadas pelas fortes enchentes no Rio Grande do Sul", escreveu no Instagram.
O Ceará enviará água potável e 66 toneladas de alimentos. "Não estamos medindo esforços para ajudar o povo gaúcho nesse momento difícil e doloroso", afirmou o governador.
ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL
Asfortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram alagamentos e desabamentos em todo o estado, já deixaram 95 mortos, segundo balanço divulgado na noite desta terça-feira (7). Ao todo, 131 pessoas estão desaparecidas em meio ao desastre, que começou a apresentar impactos graves desde o último dia 29 de abril.
As chuvas, entretanto, já haviam iniciado no dia 27 de abril, quando municípios do Vale do Rio Pardo registraram também granizo e um forte volume de precipitação. A cidade mais afetada foi a de Santa Cruz do Sul, enquanto em Porto Alegre mais de 1,2 mil raios foram registrados.
Pesquisa Quaest: Aprovação de Lula parou de cair, mas o mau humor da população continua
Por Lauro Jardim / o globo
A pesquisa Quaest divulgada neste momento mediu a popularidade, a aprovação do governo Lula e a expectativa do brasileiro em relação a economia do país. É um retrato do Brasil que pode ser resumido assim: a aprovação do governo Lula, que alcançou um pico em agosto e, a partir daí, vinha em queda, parou de cair; mas o mau humor do brasileiro permanece inalterado.
Aos números:
Em agosto, a aprovação de Lula havia chegado ao seu cume: 60% (contra 35% que desaprovavam o governo). Veio caindo até chegar aos 51% de março e aos 50% (e 47% de desaprovação) da pesquisa divulgada hoje — considerando a margem de erro, manteve-se na mesma. Não é, certamente, o resultado que Lula queria. Mas a queda foi estancada.
Esse número, contudo, reforça também que a divisão do Brasil permanece intocada. Metade o Brasil para um lado, metade para o outro.
É também patente o mau humor da população quando se analisa várias das respostas ao questionário da Quaest.
Alguns exemplos:
*49% dos entrevistados acham que o Brasil está indo na direção errada (eram 41% em dezembro). Entre os evangélicos, esse percentual sobe a 60%.
*63% dos brasileiros avaliam que Lula não está conseguindo cumprir suas promessas de campanha (em agosto, eram 52%). Apenas um terço (32%) dos entrevistados responderam que o presidente está cumprindo o que prometeu.
*73% dos entrevistados dizem que o preço dos alimentos subiu no mês passado.
*43% dos brasileiros acham que o desemprego aumentou nos últimos 12 meses. Neste tópico fica patente como o governo é fraco para vender o seu peixe.
Os números oficiais indicam o contrário da percepção da população: a taxa de desemprego no 1º trimestre foi de 7,9%, segundo o IBGE, a mais baixa dos últimos dez anos. Era de 8,8% no mesmo período de 2023.
Apesar de alguns números positivos na economia (taxa de emprego cadente, inflação controlada, consumo familiar em alta) , parte expressiva da população enxerga o contrário do que os números indicam. Neste caso, um problema de comunicação evidente.
A pesquisa foi feita em todos os estados entre quinta-feira e segunda-feira, de forma presencial, com 2.045 mil entrevistados e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Depois de um ano e meio no poder, Lula não conseguiu ainda alargar a base que o elegeu, mesmo com todos os programas sociais que lançou ou resgatou. O país continua dividido ao meio tal qual saiu da eleição de outubro de 2022.
A nova pesquisa do PL com Lula, Michelle e Tarcísio na disputa pela Presidência
Por Bela Megale / o globo
O PL contratou uma nova pesquisa que testou os nomes de Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas contra Lula, em uma eventual disputa pela Presidência da República. O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas, instituto mais usado pelo partido de Jair Bolsonaro.
Segundo a pesquisa encomendada pelo PL, a ex-primeira-dama está empatada tecnicamente com Lula em disputa num eventual segundo turno, dois pontos atrás do presidente.
O governador de São Paulo está mais distante de Lula. Tarcísio de Freitas aparece cinco pontos atrás do petista nas intenções de voto, em um eventual segundo turno.
A avaliação no PL é que 2026 está distante e que o governador seria o melhor nome em uma disputa contra o petista, mas integrantes da sigla avaliam que ainda “há muita água para rolar”. Além disso, o próprio Jair Bolsonaro segue com dificuldades em eleger um sucessor, pois ainda acredita que pode voltar a se tornar elegível.
Em janeiro, o PL já havia feito uma pesquisa similar. Na ocasião, Lula estava sete pontos à frente de Michelle e 21, de Tarcísio, conforme informou o colunista Lauro Jardim.
Mourão lidera oposição contra PEC dos Militares, e governo muda estratégia
Na linha de frente contra a proposta que tenta frear a participação de militares das Forças Armadas da ativa na política, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou a colegas que aposta na bancada da bala para derrotar o texto na Câmara dos Deputados.
Nem mesmo uma força-tarefa montada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi suficiente para abrandar a resistência do general e ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL).
A postura irredutível do general fez o governo desistir de buscar consenso em torno da PEC (proposta de emenda à Constituição). A ideia agora é levá-la como está ao plenário do Senado —se aprovada, vai em seguida para avaliação da Câmara dos Deputados.
A PEC dos Militares seria debatida em audiência pública no Senado no dia 25 do mês passado, com a participação dos comandantes das Forças Armadas. O governo, porém, atuou nos bastidores para derrubar a sessão de debates.
A avaliação era a de que os chefes militares já haviam se submetido a audiência pública na Câmara dos Deputados dias antes —e embates do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) com os militares e declarações do comandante do Exército, general Tomás Paiva, repercutiram mal.
Para evitar a exposição, Múcio transformou a audiência pública em uma reunião a portas fechadas no Comando do Exército e convidou, além de Mourão, os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim e Raul Jungmann —que estariam na audiência.
O autor da PEC e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também participou das quase duas horas de conversa. Mourão ouviu os argumentos da Defesa e, inflexível, disse que a proposta trata os militares como pessoas de segunda categoria.
Apresentada em setembro por Wagner, que foi ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff (PT), a PEC estabelece que os militares das Forças Armadas que quiserem concorrer a cargos eletivos devem ser transferidos à reserva no registro da candidatura.
As regras atuais são mais flexíveis e permitem que o militar peça um afastamento para se candidatar. Se derrotado, pode voltar ao serviço ativo sem prejuízo à carreira e aposentadoria.
"Nós incentivamos o militar a ir para a política, mas não voltar aos quartéis. Porque ele volta com o proselitismo do político e começa a competir com o poder hierárquico do comandante dele", disse Múcio em audiência na Câmara.
Aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em novembro, a PEC tem se arrastado no Senado mesmo tendo atingido o número mínimo de sessões exigido por regimento para votação de emendas constitucionais.
Apesar das tratativas, o próprio governo tem colocado freio na tramitação. Sempre que é questionado sobre o assunto pela imprensa, Wagner afirma que a proposta é talvez "a trigésima" prioridade do Palácio do Planalto.
O próprio pedido de audiência pública, feito por Mourão para ganhar tempo, contou com aval do relator, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), um dos vice-líderes do governo. Kajuru afirma que não vai fazer mudanças no texto elaborado pelo Ministério da Defesa e que Mourão está em minoria.
"Só está tendo resistência do Mourão porque ele sabe que perde. Se eles soubessem que ganhariam, eles iam ter resistência? Por isso que eles querem debate", disse. "Vai ser um dia só de debate, no outro dia já vai para votação e eles vão perder. Essa é a realidade."
Em nota, Mourão classificou a PEC como "coação". O general afirmou que tem procurado colegas de oposição para convencê-los de que a ideia é inconstitucional "por cercear dos militares da ativa o direito ao amplo exercício da cidadania".
"Penso que todo o cidadão, fardado ou não, tem direito a exercer a sua cidadania de maneira ampla, inclusive o direito de votar e ser votado. Não vamos negociar pois discordamos do texto. Vamos para o voto, simples assim."
Mourão aposta que, se a PEC for aprovada pelo Senado, dificilmente terá a chancela da Câmara. Na avaliação do senador-general, a bancada da bala —cujos integrantes são ligados majoritariamente às PMs— deve fazer oposição à proposta.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que é governista, aposta em sentido contrário. "A Câmara aprovou um novo Código Eleitoral que era muito mais duro: exigia uma quarentena para os militares que quisessem disputar eleições. Pelo histórico, não acredito em dificuldade de aprovar a PEC", disse.
Zarattini se referia a um projeto de lei votado pela Câmara em 2021. Os deputados aprovaram, por 273 votos a 211, uma emenda que obrigava juízes, membros do Ministério Público, policiais, militares e guardas municipais a se desligarem dos cargos quatro anos antes da eleição que desejam disputar.
A PEC dos Militares previa inicialmente que membros das Forças Armadas deveriam deixar a ativa não só quando disputassem eleições, mas também quando ocupassem cargos no primeiro escalão do Executivo.
O governo acabou desistindo do segundo ponto, porém, quando Múcio apresentou o esboço do texto a senadores da base aliada. "Na evolução do diálogo, se percebeu que seria uma medida discriminatória, que não é um interesse nosso" disse Wagner na ocasião.
Não vai ser aumentando os custos do trabalho que vamos combater o desemprego, diz Abit
Por Carlos Eduardo Valim / o estadão de sp
O setor têxtil é um dos 17 que serão impactados pela liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, que suspendeu a desoneração da folha de pagamentos. O ministro atendeu a um pedido da Advocacia Geral da União para derrubar a desoneração, que foi aprovada pelo Congresso e valeria até 2027.
Se essa liminar não for derrubada ou não houver algum acordo, as empresas já terão de recolher a alíquota cheia da contribuição patronal no próximo dia 20. Segundo o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, as companhias não estão preparadas para fazer esse pagamento agora, uma vez que a reoneração não estava prevista em suas estruturas de custos e preços de produtos e serviços ofertados.
A desoneração da folha de pagamentos beneficia milhares de empresas que empregam mais de 9 milhões de pessoas. Estimativa feita pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) apontam para a possibilidade de perda de mais mais um milhão desses empregos caso a desoneração seja realmente derrubada.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Como o setor têxtil está vendo essa discussão toda sobre a reoneração da folha de pagamentos?
Foi colocado um ator novo no processo. Agora, não só o Congresso e o governo estão na discussão. O Congresso aprova, o governo veta, e daí ainda entra o STF no meio. Por outro lado, o Congresso está reagindo de maneira muito veemente. É preciso tomar muito cuidado com esses movimentos todos, porque o Congresso representa a vontade do povo. Eles são eleitos pela população. E essa discussão acontece desde março do ano passado. Não podemos ser surpreendidos pela necessidade de pagamento com uma decisão do STF. Estamos trabalhando agora para resolver esse imbróglio, com uma opção que não penalize as empresas.
Como se dá o impacto para os negócios?
As empresas terão os seus orçamentos afetados. É um impacto até mesmo para setores que trabalham com investimentos de longo prazo, como a construção civil. Esse é o quadro que estamos vivenciando, precisando lidar com o imprevisto. O Brasil não precisa aumentar mais a insegurança no ambiente de negócios. Temos de seguir um caminho de redução dos custos de emprego formal no Brasil.
Rio Grande do Sul tem cerca de 400 escolas destruídas, alagadas ou danificadas; veja imagens
Por Renata Cafardo / o estadão de sp
Cerca de 300 mil alunos das escolas estaduais do Rio Grande do Sul não têm previsão para voltar às aulas depois da enchentes sem precedentes que já mataram 95 pessoas. Mais de 400 escolas foram danificadas e outras dezenas estão funcionando como abrigos. Além disso, professores e alunos estão desalojados ou sem água e também não há internet funcionando para oferecer ensino remoto.
Até o prédio da Secretaria da Educação do Estado foi alagado e todos estão trabalhando numa sala emprestada de uma universidade. “Nunca pensei em viver nada igual. Não vai existir um calendário escolar da rede do Rio Grande do Sul. Teremos escolas voltando, em diferentes datas, na medida do possível. Alguns voltarão amanhã, outros depois de amanhã, outros na semana que vem, cada dia é cada dia”, disse ao Estadão a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira.
Segundo ela, as primeiras escolas que voltaram a funcionar nesta terça-feira, 7, tiveram círculos de conversa, dinâmicas de acolhimento e as crianças escreveram cartas aos colegas que não puderam retornar.
A rede estadual tem cerca de 700 mil alunos e 400 mil estão no grupo que vão retornar gradativamente. “Com todas as dificuldades, vamos abrir, cada uma a seu tempo, todas elas.”
O balanço mais recente da secretaria indica que 941 escolas foram atingidas de alguma maneira, 421 danificadas. Isso significa que podem ter sido destruídas ou ter danos estruturais, de equipamentos e de mobiliários.
Entre as atingidas estão ainda as que estão com problemas de acesso porque a cidade ficou ilhada ou 71 que estão servindo como abrigo. Nas unidades rurais, a volta será ainda mais complicada porque pontes e estradas também foram destruídas.
As escolas mais afetadas estão nas regiões de Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul, Canoas e Gravataí. Nessas áreas, segundo boletim da secretaria, “58% de suas escolas têm danos diretos de estrutura e acesso”.
Dados das escolas afetadas:
- 941 escolas, 421 escolas danificadas (total de 2.338 escolas estaduais);
- 233 municípios;
- 327.993 estudantes impactados;
- 71 escolas servindo de abrigo.
- Segundo Raquel, a Secretaria da Educação e a Secretaria de Obras Públicas estão fazendo um planejamento para reconstrução das escolas, buscando formas mais ágeis de contratação. O Senado aprovou nesta terça-feira decreto que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o que facilita esse tipo de ajuda.
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Novo alerta
O Rio Grande do Sul está em alerta para uma piora ainda maior na crise climática e humanitária que afeta ao menos 417 dos 497 municípios gaúchos. Há previsão de “temporais generalizados”, risco de descarga elétrica, ventos de até 100 km/h, granizo e uma queda acentuada na temperatura sequência.
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O Governo do Estado alertou que não é o momento para voltar às áreas mais afetadas no Vale do Taquari e na Serra Gaúcha, mesmo onde a água baixou, pois há alto risco de novas enchentes e deslizamentos nos próximos dias, especialmente a partir de sexta-feira, 10.
- Mais de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pelo maior desastre natural do Estado. Além do pedido por cobertores, há grande escassez de água potável em diversos municípios — diante do colapso das redes de fornecimento no Estado, desabastecimento dos comércios e bloqueios nas estradas —, assim como de mantimentos e outros itens de necessidade.