Pesquisa Ipec: cresce percentual de brasileiros que acham que Lula não deveria se candidatar à reeleição
Por O GLOBO /
Como um novo indicativo da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o percentual de brasileiros que acham que Lula não deve ser candidato à reeleição subiu de 57% para 62%. O dado faz parte de uma pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada neste sábado pelo colunista José Roberto de Toledo, do UOL, e que mostra ainda um enfraquecimento do apoio entre os eleitores do petista.
De acordo com o levantamento, a taxa entre pessoas que votaram em Lula em 2022 e que acreditam que ele não deve concorrer passou de 24% para 32%, mais do que um a cada três eleitores. A última medição havia sido feita em novembro de 2024. Já entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, a taxa de pessoas que não apoiam a reeleição do atual chefe do Executivo é de 95%.
A pesquisa perguntou aos 62% de participantes que se disseram contrários à reeleição do Lula o motivo da opção. As respostas, que por conta do método espontâneo ultrapassa os 100%, foram as seguintes:
- Não está fazendo um bom trabalho - 36% dos entrevistados
- Porque é corrupto - 20%
- Pela idade - 17%
- Já teve a sua chance - 11%
- Por não confiar nele - 9%
- Para ter renovação - 7%
- Não é um bom administrador - 5%
- Aumentou impostos - 5%
- Prometeu não se candidatar novamente - 3%
- Não cumpre o que promete - 2%
- Inflação muito alta - 2%
De acordo com a medição, a queda de popularidade acontece exatemente na avaliação do governo atual do presidente, já que a soma de quem acha que ele não faz bom trabalho (36%), com não ser bom administrador (5%), com impactos pelo aumento impostos (5%) , inflação alta ( 2%) e não cumprir promessas (2%) chega a 50% dos entrevistados.
Há ainda um indicativo no levantamento de um desejo por renovação, que totaliza 39% das respostas: a soma de quem cita a idade avançada e saúde do presidente (17%), dizem que ele já teve sua chance (11%), que é preciso renovar (7% ), que afirmam que ele prometeu não se candidatar de novo (3%) e que é contra a reeleição em geral (1%).
A análise vai de encontro à pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, que mostrou um tombo na popularidade de Lula, puxado por segmentos que formam a base de sustentação do presidente. A atual gestão atingiu o menor índice de avaliação positiva de todos os mandatos do petista na série histórica do levantamento e o percentual do eleitorado que considera que Lula 3 é ótimo ou bom caiu 11 pontos percentuais em apenas dois meses, de 35% para 24%. No grupo que declara ter votado em Lula no segundo turno das eleições de 2022, a queda é ainda maior, de 20 pontos.
A avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde e subiu, no período, de 34% para 41%. Já o percentual da população que considera a gestão regular variou de 29%, em dezembro, para 32% no levantamento mais recente.
O movimento de queda da percepção positiva do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa pouco mais da metade da amostra da pesquisa. A mudança ocorre ainda após a crise envolvendo o monitoramento de transações financeiras superiores a R$ 5 mil, incluindo as por Pix, que acabou revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa e da disseminação de desinformação sobre a medida nas redes sociais. Outro tema que pressiona a popularidade e gera preocupação no próprio governo é a alta na inflação dos alimentos.
A pesquisa Datafolha ouviu presencialmente com 2.007 eleitores de 16 anos ou mais em 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro geral da pesquisa é de dois pontos percentuais. No mês passado, a pesquisa Genial/Quaest, feita entre 23 e 26 de janeiro, já havia detectado recuo na aprovação ao governo Lula . O instituto mostrou queda de cinco pontos, de 52% para 47%, no indicador, que ficou pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão (49%). Já avaliação negativa passou de 31% para 37%, enquanto a positiva variou de 33% para 31%. A margem de erro é de um ponto percentual.
Tarcísio tem 62% de aprovação e lidera cenários para 2026, aponta pesquisa
Por Adriana Victorino / O ESTADÃO DE SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lidera todos os cenários testados para a eleição estadual de 2026, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada nesta sexta-feira, 14. O levantamento também indica que sua gestão é aprovada por 62% dos entrevistados, enquanto 33% desaprovam e 5% não souberam responder.
Em um possível segundo turno, Tarcísio venceria todos os adversários com ampla vantagem. A pesquisa simulou cenários em que o atual governador de São Paulo enfrentaria o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), Pablo Marçal (PRTB), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Cenários de segundo turno
Nos cenários simulados de segundo turno, Tarcísio aparece com vantagem sobre todos os adversários. Contra Alckmin, o governador registra 58% das intenções de voto, enquanto o atual vice-presidente aparece com 20%. Já contra Márcio França, a vantagem é ainda maior, com 59% para Tarcísio contra 17% do ministro. Se a disputa fosse contra Pablo Marçal, Tarcísio venceria com 48%, enquanto o ex-coach e influenciador ficaria com 22%. Em um embate com Alexandre Padilha, o governador alcançaria 61% das intenções de voto, contra apenas 13% do petista. Contra Guilherme Boulos, Tarcísio também sairia vitorioso, com 52% contra 27% do deputado federal.
Disputa no primeiro turno
A pesquisa testou nove cenários diferentes para o primeiro turno. Em quatro deles, o nome de Tarcísio foi incluído, e ele lidera com folga em todos. No primeiro cenário, Tarcísio lidera com 44%, seguido por Marçal com 20% e Alckmin com 13%. Padilha aparece com 5%, enquanto nulos e brancos somam 6% e 12% dos eleitores não souberam ou não responderam. A segunda simulação mostrou com Boulos com 21%, e Marçal com 19%. O governador paulista, porém, mantém a dianteira com 42%. Alckmin figura com 9%, enquanto nulos/brancos somam 4% e indecisos, 5%.
No terceiro cenário, o republicano amplia sua vantagem, alcançando 55% das intenções de voto. Atrás dele estão Alckmin, com 16%, e Padilha, com 6%. Nulos e brancos chegam a 8%, enquanto 15% não souberam ou não responderam. O último cenário com a presença do governador mostrou uma liderança com 57%, enquanto Márcio França alcança apenas 12%. Alexandre Padilha fica com 7%, e nulos/brancos chegam a 9%. Outros 15% não souberam ou não responderam.
Outros possíveis candidatos
O levantamento também testou outros possíveis candidatos, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD) e novamente Geraldo Alckmin e Alexandre Padilha. No quinto cenário, Ricardo Nunes lidera com 37% das intenções de voto, seguido por Geraldo Alckmin, com 18%. Rodrigo Manga aparece com 9%, e Alexandre Padilha tem 7%. Os votos brancos e nulos somam 9%, enquanto 20% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Alckmin assume a liderança com 26% no sexto cenário, seguido por Manga, que registra 13%. Padilha tem 8%, enquanto 21% optaram por nulos ou brancos. O número de indecisos é alto, chegando a 32%. Já no sétimo cenário, Alckmin segue à frente com 24%, enquanto Derrite aparece com 16% e Padilha com 8%. Novamente, há um alto índice de nulos e brancos (21%) e de indecisos (31%). No oitavo cenário, Eduardo Bolsonaro assume a liderança com 42%, seguido por Alckmin, com 20%. Padilha aparece com 6%, enquanto nulos e brancos somam 14% e os indecisos, 18%.
O último cenário mostrou Alckmin com 30% das intenções de voto, seguido por Padilha (9%) e Felício Ramuth, que aparece com 4%. O número de votos brancos e nulos é expressivo (22%), e 35% dos eleitores ainda não sabem ou preferiram não responder.
O levantamento ouviu 1.500 eleitores de nove regiões do estado na última quinta-feira, 13. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Compra de votos: traficante atua como cabo eleitoral e ganha carro de prefeito foragido no Ceará
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo / O ESTADÃO DE SP
Quando dava os primeiros passos na investigação sobre o deputado federal Júnior Mano (PSB) e o prefeito foragio de Choró, Carlos Alberto de Queiroz (‘Bebeto do Choró’), a Polícia Federal deparou com um relatório que mostra o avanço do tráfico de drogas nas eleições municipais de Canindé e de outras cidades do sertão do Ceará. O documento foi elaborado pela Polícia Militar do Estado e revela que uma traficante da região, identificada como Francisca Naiane Cavalcante Oliveira, a Naiane, ligada à facção GDE (Guardiões do Estado) teria “aproximação” com Bebeto. Ela teria recebido um Gol vermelho em troca do apoio de seu pai ao prefeito na corrida eleitoral de outubro do ano passado, segundo a PM.
O Estadão pediu manifestação de Bebeto e busca a defesa de Naiane. O espaço segue aberto.
Bebeto está foragido desde dezembro, sob suspeita de abuso de poder econômico no pleito de 2024. A PF indica que ele integra um grupo que, ao lado do deputado federal Júnior Mano (PSB) - apontado como padrinho político de Bebeto -, teria instalado um esquema de lavagem de dinheiro de emendas parlamentares para compra de votos em massa em pelo menos 51 municípios cearenses.
O relatório da PM que faz parte do inquérito federal estampa uma foto de Bebeto. Os militares enviaram as informações ao Ministério Público de Canindé após tomarem conhecimento de “supostos crimes comuns e eleitorais” em Targinos, zona rural de Canindé. A Polícia cita vídeos que circulavam em meio ao período eleitoral com a então prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), denunciando “ameaças advindas de uma pessoa a mando de Bebeto Queiroz”.
A corporação diz que, após a circulação desses vídeos e de novas denúncias feitas por Rozário em um comício, a corporação teve acesso a um áudio no qual um desconhecido fazia ameaças a um morador de Targinos, caso fizesse campanha para algum candidato rival de Bebeto ele seria assassinado. “No áudio, a vítima é ameaçada por um possível integrante de uma ‘organização’ ligada à candidatura do Professor Jardel, bem como a Bebeto Queiroz. Além disso, também foi amplamente divulgado dentro do distrito de Targinos fotos com o número do referido candidato e a frase ‘sou GDE 745 e voto 40′, em alusão à facção criminosa GDE”, registrou a PM no relatório.
Esse detalhe motivou o levantamento da PM, que identificou a vítima das supostas ameaças como ‘Naldinho dos Targinos’. Ele se recusou a dar mais informações pessoais à Polícia ‘por medo’. ‘Naldinho’ fazia campanha para o candidato a prefeito Kledeon Paulino e o candidato a vereador Chico Justa, ambos apoiados por Rozário.
A PM rastreou o número de telefone do qual supostamente partiram as ameaças e chegou ao nome de Francisca Naiane. À época, em meio ao período eleitoral, a corporação indicou que ela estava “participando ativamente da campanha do professor Jardel, inclusive como dirigente de um ‘comitê’ que funciona naquela localidade”.
“Foi levantado ainda que Naiane também tem aproximação com Bebeto Queiroz, do qual recebeu um veículo modelo Gol, de cor vermelha, que foi cedido para seu pai cancelar o apoio ao candidato Kledeon e apoiar o candidato Professor Jardel”, acentuou a PM. O relatório destaca ainda que, segundo informantes, a suposta traficante teria uma moto que lhe foi dada por uma candidata a vereadora de Canindé, com “a condição de que, caso eleita, a moto seria transferida para sua propriedade em caso de sucesso no pleito eleitoral”.
O documento dos militares que reforça o inquérito da Polícia Federal sobre desvio de dinheiro de emendas parlamentares para compra de votos no sertão cearense detalha informações sobre a rotina na casa de Naiane. “Movimentação relacionada a tráfico de drogas, bem como movimentação política em apoio ao candidato Professor Jardel.”
A PM não imputou crimes a ‘Bebeto do Choró’. O relatório, no entanto, abasteceu a investigação que levou à suspensão da posse do prefeito foragido da Justiça. Com base nas informações colhidas pela Polícia Federal ao longo de três meses de investigação, o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do mandato de Bebeto por suposto abuso de poder econômico.
O documento faz parte do calhamaço enviado ao Supremo Tribunal Federal após a PF ver “envolvimento direto” de Júnior Mano (PSB) com o suposto esquema de desvio e lavagem de emendas parlamentares para a compra de votos no Ceará.
O resultado da pesquisa que testou Gleisi Hoffmann para Presidência
Por Bela Megale / O GLOBO
A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Educação, Camilo Santana, tiveram seus nomes testados pela primeira vez em pesquisas para a Presidência da República.
O levantamento foi feito entre os dias 7 e 10 de janeiro pela Paraná Pesquisas, instituto que presta serviços para o PL, partido de Jair Bolsonaro.
No cenário com Gleisi, a parlamentar apareceu com 8% das intenções de voto e em quarto lugar entre os colocados. A líder foi Michelle Bolsonaro, com 30% da preferência, seguida por Ciro Gomes, com 26,1% e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, com 8,7%. O último foi o governador do Pará, Helder Barbalho, com 2,8%.
Já Camilo Santana teve um desempenho abaixo do alcançado pela presidente do PT. No cenário testado com o nome do ministro, ele aparece com 6,9% das intenções de voto, em quarto lugar. Na liderança estão Ciro Gomes e Tarcísio de Freitas, empatados com 27,8% da preferência, seguido de Caiado, com 8,8%. O último colocado é Helder Barbalho, com 3,1%. Aqui a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi incluída entre as opções.
Nos cenários testados com Gleisi Hoffmann e Camilo Santana não foram incluídos nem Lula e nem Jair Bolsonaro.
Ministério Público pede cassação de prefeitos de Coreaú e Moraújo por suspeita de compra de votos
Mais dois prefeitos de municípios cearenses entraram na mira do Ministério Público Eleitoral (MPE). Ruan Lima (PSD), de Moraújo, e Edezio Sitonio (PSB), de Coreaú, tiveram a cassação pedida pela Promotoria por suspeita de abuso de poder econômico e compra de votos. As investigações tratam da campanha eleitoral de 2024 e também atingem os vice-prefeitos e parlamentares da cidade. Além da cassação, as ações pedem a inelegibilidade dos envolvidos e o pagamento de multa.
Os dois gestores municipais não são os primeiros a serem investigados pelo Ministério Público e terem a cassação pedida pelo órgão. Antes mesmo da posse de prefeitos e prefeitas, no último dia 1º de janeiro, pelo menos 8 prefeitos tiveram cassação pedida pelo MPE.
Em alguns casos, as investigações levaram inclusive ao impedimento a que os gestores tomassem posse ou mesmo à prisão dos prefeitos cearenses, como o caso de Choró e Santa Quitéria.
Coreaú
O MPE pediu a cassação do prefeito de Coreaú, Edezio Sitônio, da vice, Patrícia, e de um vereador da cidade por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio.
Segundo a ação, a investigação começou faltando poucos dias para o dia das eleições de 2024, realizadas no dia 6 de outubro. No dia 3, um homem foi detido com pouco mais de R$ 1,9 mil, santinhos dos então candidatos e listas com nomes de eleitores.
A Polícia Civil analisou o aparelho celular encontrado com o homem e comprovou, segundo o MPE, a ligação "pessoal e direta" dele com Edezio, Patrícia e o vereador. Por conta disso, os três estão sendo acusados de compra de votos, que ocorre quando há oferta, promessa ou entrega de vantagem em troca de votos.
Além da cassação dos três, o MPE também pede a aplicação de multa variando entre R$ 1,06 mil e R$ 53,2 mil.
Moraújo
O prefeito de Moraújo, Ruan Lima (PSD), também é acusado de abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. A vice, Ana Sara (PSD), e uma vereadora da cidade também são alvo da ação do MPE.
A Promotoria afirma que havia “um esquema sistemático de compra de votos e oferecimento de vantagens financeiras em troca de apoio político”. Segundo a ação, os valores oferecidos variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil.
O pai do prefeito, Alex Lima, nomeado chefe das Relações Institucionais da Prefeitura de Moraújo após a posse de Rua Lima, também estaria envolvido no suposto esquema.
Já foram realizadas buscas e apreensões nas casas dos investigados. Foram coletados aparelhos telefônicos, documentos e outros itens que estão passando por análise. Também foram colhidos depoimentos.
Além da cassação, o MPE pede a aplicação de multa que varia de R$ 1,06 mil a R$ 53,2 mil.
Respostas
O Diário do Nordeste entrou em contato com os investigados pelo Ministério Público por meio dos contatos disponíveis, mas não teve retorno da parte de Coreaú. O espaço continua aberto para manifestações.
Já o prefeito Ruan Lima, de Moraújo, informou por meio de nota que ainda não foi formalmente notificado. "No entanto, reafirmo minha total disposição em colaborar com as autoridades e fornecer todas as informações necessárias para o completo esclarecimento dos fatos. Conduzi minha campanha de forma limpa, ética e transparente, movida pela energia do povo de Moraújo, que clamava por mudanças e por uma gestão comprometida com o desenvolvimento da nossa cidade", afirmou.
"Confio que a verdade prevalecerá ao longo do processo e sigo firme no propósito de trabalhar com responsabilidade e respeito, sempre em prol do bem-estar da população", completou.