‘Estadão Notícias’: Por que Lula não é a “Geni” das eleições?
Emanuel Bomfim / O ESTADÃO
28 Agosto 2018 | 06h00
A campanha eleitoral deste ano já elegeu sua “Geni”: Michel Temer. Não há quem queira estar associado ao nome do presidente, dado o patamar de sua impopularidade. Ontem (27), foi a vez do senador Romero Jucá (MDB) tentar se afastar do status de homem forte do governo. O cálculo político é um só: se viabilizar em seu Estado, Roraima – onde ele é candidato à reeleição. O ex-presidente Lula, que facilmente poderia estar neste posto de rejeição ampla da classe política e do eleitorado, vê seu nome cada vez mais ganhar força nas pesquisas. O cenário paradoxal mexe claramente com as estratégias dos postulantes ao Palácio do Planalto. Quem comenta em detalhes na edição desta terça-feira do programa é a editora da “Coluna do Estadão”, Andreza Matais.
Estatal do trem-bala tem 111 cargos sem concurso
Coluna do Estadão
28 Agosto 2018 | 06h00
Criticada pelo presidenciável Alvaro Dias (Podemos), a Empresa de Planejamento e Logística, conhecida como Estatal do trem-bala, tem orçamento de R$ 69,36 milhões e funciona com apoio de 146 funcionários (35 servidores e 111 sem concurso público).
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O presidente da EPL, Jorge Bastos, diz que a empresa criada em 2012 por Dilma Rousseff para colocar nos trilhos o primeiro trem de alta velocidade do Brasil já produziu 60 projetos e 30 em licitação de terminal portuário. “A estatal não tem trem nem bala”, ironiza o candidato do Podemos, que promete extingui-la caso eleito.
(Naira Trindade, Juliana Braga e Andreza Matais)
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Liberação de armas reduziria a criminalidade?
O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Neste ano de eleições, veremos diversas propostas para reverter esse quadro desesperador –entre elas, facilitar o acesso da população a armas de fogo. Alguns candidatos admitem flexibilizar o Estatuto do Desarmamento, que desde o final de 2003 restringe fortemente o porte legal de armas no país.
A teoria econômica aponta que há sim mecanismos pelos quais mais armas poderiam reduzir crime. Se há mais pessoas armadas na população, criminosos podem pensar duas vezes antes de atacar alguém. Mas para essa história fazer sentido é importante que a arma esteja escondida. Caso contrário, o meliante apenas escolhe atacar quem não tem arma.
Arrastão do Bolsonaro
Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo
28 Agosto 2018 | 03h00
Nas pesquisas sem o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro (PSL) lidera em todas as regiões, menos no Nordeste, e avança sobre votos que seriam naturalmente de seus adversários em três segmentos ao menos: agronegócio, evangélicos e, como mostrou o Estado, até os velhos malufistas de São Paulo. Mas, se tem 20% a seu favor, ele precisa amansar os 37% que não votam nele de jeito nenhum e disputar os incríveis 38% ainda sem voto.
Na opinião de Marina Silva (Rede), a segunda colocada, a transferência de votos para um neófito em disputas presidenciais como Bolsonaro, inclusive ou principalmente de setores evangélicos, se deve a um “populismo de extrema direita”. Ela reforça o perigo do populismo, tanto à direita quanto à esquerda, mas o difícil é o eleitor e a eleitora se darem conta disso.
Promotoria acusa Fernando Haddad de enriquecimento ilícito
Fabio Leite / O ESTADO DE SP
28 Agosto 2018 | 05h00
O Ministério Público de São Paulo moveu nesta segunda-feira, 27, uma ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT) na qual pede a condenação do petista por enriquecimento ilícito. O MP sustenta que Haddad “tinha pleno domínio” sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2.
Na ação, o promotor Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Público, requer, ainda, o bloqueio de bens no valor de R $ 15,1 milhões, o ressarcimento do dano causado, multa civil e a suspensão dos direitos políticos de Haddad.
Companheiros golpistas
Para alguns candidatos será constrangedor e difícil explicar. Para milhões de eleitores vai ser quase impossível entender as próximas cenas da campanha eleitoral. O primeiro capítulo vai ao ar na sexta-feira, quando começa propaganda política no rádio e na televisão. Nesse dia, por coincidência, se completam dois anos do último impeachment (em três décadas de democracia, o país já derrubou metade dos quatro presidentes que chegaram ao Planalto pelo voto direto).
Em vários estados o eleitor será surpreendido com o desfile do PT de Dilma e Lula abraçado aos “golpistas” do MDB de Michel Temer. Foram parceiros no poder por 12 anos e sete meses, até o impeachment de Dilma.