Próxima pesquisa de presidenciáveis do Ibope será divulgada na terça-feira (4)
O Ibope deve divulgar na próxima terça-feira (4) uma nova pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. O instituto segue testando Fernando Haddad como cabeça de chapa do PT na disputa em um cenário alternativo sem o ex-presidente Lula. Além disso, o Ibope também decidiu perguntar aos eleitores o grau de certeza sobre a intenção de voto: se a decisão é definitiva ou pode mudar ao longo da campanha. O estudo custou R$ 231 mil.
Por Gabriel Hirabahasi / ÉPOCA
Dinheiro precede a virtude na campanha de Lula
Nesta sexta-feira, em sessão extraordinária, o Tribunal Superior Eleitoral deve julgar um pedido de liminar para que Lula seja impedido de participar do horário eleitoral. Também estão pendentes de julgamento na Justiça Eleitoral as impugnações da candidatura de Lula. A despeito de todas as dúvidas que assediam o seu projeto presidencial, o PT já destinou à campanha do candidato-presidiário R$ 20 milhões.
Repetindo: condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa, preso em Curitiba há quase cinco meses, Lula recebeu do seu partido R$ 20 milhões —verba destinada ao financiamento de uma candidatura que está na bica de ser barrada pela Justiça Eleitoral.
No JN, Marina faz pose de Lula sem Lava Jato
No momento em que o TSE se equipa para proibir a candidatura de Lula, a pergunta que pode alterar os rumos da sucessão é a seguinte: para onde irão os votos que seriam destinados ao presidiário do PT? Em entrevista ao Jornal Nacional, sem mencionar o nome de Lula, Marina Silva apresentou-se aos telespectadores como uma versão feminina do líder petista —com estudo e sem menções na Lava Jato.
“Seu tempo acabou”, sentenciou William Bonner, antes de convidar Marina a informar, no prazo cronometrado de um minuto, que Brasil deseja para o futuro. Para uma candidata que terá 21 segundos para vender o seu peixe no horário político da TV, um minuto é um latifúndio. E a entrevistada, espremida durante os 27 minutos anteriores, degustou cada segundo. Sem interrupções, produziu um grand finale.
Marina realçou traços biográficos que a tornam parecida com Lula e com o pedaço mais importante do eleitorado: a maioria. “…Eu sou mulher, sou negra, mãe de quatro filhos, fui seringueira, empregada doméstica, me alfabetizei aos 16 anos. E eu sei que muita gente acha que pessoas com a minha origem não têm capacidade para ser presidente da República. Eu estou aqui trazendo mais que um discurso. Eu trago uma trajetória…”
Está em curso uma caçada irracional à política e aos políticos
Está em curso uma verdadeira caçada àquilo que os tontos e os oportunistas chamam “a política tradicional”. As ações de improbidade administrativa, por exemplo, se transformaram em meros instrumentos de perseguição política, aplicável quando o Ministério Público se dá conta de que inexistem evidências para uma ação penal.
Uma ação de improbidade, diga-se, motivada por supostas irregularidades numa ciclovia, transformou em réu Fernando Haddad, que vai substituir Lula na chapa petista que disputa a Presidência. JoãoDoria, do PSDB, candidato ao governo de São Paulo, já foi condenado em primeira instância em ação da mesma natureza —no caso, com perda dos direitos políticos. Teria associado sua imagem a um programa da prefeitura. A Justiça Eleitoral investiga se Geraldo Alckmin, presidenciável tucano, recorreu a dinheiro de caixa dois em campanhas passadas.
Até a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que é um Deltan Dallagnol que fala bolsonarês, chegou a ser alvo de especulações. Afinal, em 2016, o STF inventou que réus não podem assumir a Presidência nem como interinos. Se é assim, pergunte-se: como um réu poderia se eleger presidente? A indagação faz sentido, sim! Ocorre que ela é a derivação lógica de um delírio do direito criativo.
No Jornal Nacional, Marina se compara a Itamar Franco e diz que fará um ‘governo de transição’
Marianna Holanda, O Estado de S.Paulo
30 Agosto 2018 | 21h41
A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse, nesta quinta-feira, 30, que fará um “governo de transição”, assim como o ex-presidente Itamar Franco (MDB). Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, defendeu que “liderar não é ter todo mundo embaixo do mesmo guarda-chuva” e repetiu que governará com os melhores.
“Eu vou fazer um governo de transição. Durante quatro anos, eu vou governar este País para que a gente possa combater a corrupção, fazer ele crescer e ser um País justo para todas as pessoas”, afirmou. A ex-ministra defende uma reforma política com o fim da reeleição e mandatos de 5 anos para presidentes.
Itamar Franco assumiu o País em 1992, após a renúncia do então presidente Fernando Collor em meio a um processo de impeachment. Durante sua gestão, fez um plebiscito sobre a forma de governo do País, quando então prevaleceu a república presidencialista.