O rancor petista virou veneno
Elio Gaspari
Para quem joga numa eleição radicalizada, Fernando Haddad foi um colaborador impecável ao deixar a carceragem de Curitiba depois de visitar Lula. Ele definiu o papel do ex-presidente no governo que pretende fazer:
“Temos total comunhão de propósitos em relação a ele e o diagnóstico de que o Brasil precisa do nosso governo e precisa do Lula orientando como um grande conselheiro. Ele é um interlocutor permanente de todos os dirigentes do partido e nunca deixará de ser. Não temos nenhum problema com isso. Enquanto os outros partidos escondem os seus dirigentes, nós temos muito orgulho de ter o Lula como dirigente.”
TNU diz quando INSS pode ser responsável por empréstimo fraudulento a beneficiário
O INSS pode ser responsabilizado subsidiariamente por danos patrimoniais ou extrapatrimoniais em casos de empréstimos consignados concedidos de forma fraudulenta por bancos distintos daqueles responsáveis pelo pagamento dos benefícios previdenciários, quando demonstrada negligência no desempenho do dever de fiscalização. Porém, se a fraude for cometida pela instituição financeira na qual o beneficiário abriu conta para receber os valores do INSS, a responsabilidade é da própria empresa que concedeu o empréstimo.
Candidatura de Jair Bolsonaro muda de patamar
O projeto eleitoral de Bolsonaro mudou de patamar. Há uma semana, frequentava as pesquisas em situação paradoxal. No primeiro turno, era bicho-papão. Depois, era papado. Isso mudou. Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece como uma assombração competitiva também no segundo turno. Abriu cinco pontos de vantagem sobre Marina. E emparelhou com Alckmin, Haddad e Ciro.
Bolsonaro não é mais um azarão do segundo round. Hospitalizado há duas semanas, reduziu a taxa de polêmicas em que se metia. Nessa fase, também foi poupado de ataques dos rivais na primeira semana pós-facada. Seus oito segundos na propaganda eleitoral tornaram-se uma vasta exposição jornalística. Voltou às redes sociais como paciente sofrido. O timbre lacrimoso suavizou-lhe a arrogância.
Ibope: Entre “ninguém presta, só o capitão” e “se ninguém presta, Lula é melhor”, tem-se Bolsonaro versus Haddad no segundo turno
Por: Reinaldo Azevedo
Publicada: 18/09/2018 - 23:30
Jair Bolsonaro (PSL) com 28%; Fernando Haddad (PT), com 19%; Ciro Gomes (PDT), com 11%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 7%, e Marina Silva (Rede), com 6%.
A pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira evidencia que o país caminha para um confronto de brasileiros que não se falam. Tudo vai confirmando aquele que é o cenário que sempre antevi: a aniquilação do centro político — ao menos nessa disputa. Sim, claro!, 2014 ainda está aí a nos advertir contra resultados de véspera, mas, vamos convir, desta feita, o cenário se mostra um tantinho diferente. O confronto que se anuncia é o resultado mais claro dos métodos empregados pela Lava-Jato.
Análise: Primeiro turno se converte em plebiscito
RIO — Se havia alguma dúvida, não há mais. A eleição presidencial deste ano se transformou na metonímia da divisão social que se espalhou pelo país desde o pleito de 2014. O antipetismo mergulhou de cabeça na candidatura de Jair Bolsonaro, enquanto os herdeiros do lulismo aderem com velocidade impressionante à orientação do líder maior do PT. Só na última semana, Haddad cresceu 11 pontos percentuais de acordo com o Ibope, uma média de 1,5 ponto ao dia.