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Presidente da CPI do MST diz que deixará Republicanos caso o partido entre no governo Lula

Por Luísa Marzullo / O GLOBO

 

Apoiador ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da CPI do MST Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) não observa com bons olhos a aproximação de seu partido com o governo Lula (PT). Atualmente, o Republicanos negocia para que o deputado Silvio Costa Filho (PE) comande um ministério.

 

Em entrevista ao GLOBO, Zucco afirmou ser "100% contra" a qualquer ação junto ao governo vigente:

— Eu sempre falei desde o início que não acredito que seja positiva qualquer tipo de ação junto ao governo vigente. Vou manter a minha posição contrária a qualquer entrada e aí logicamente vamos dialogar com o partido para mostrar que realmente o Republicanos não ganha nada com a entrada no governo Lula.

Caso haja uma insistência por parte do Republicanos, o deputado disse que prefere migrar para outro partido:

---- Eu não acredito que o Republicanos vai fazer parte do governo, mas caso assim o faça, não tenho dúvidas que inúmeros apoiadores vão preferir migrar para outra legenda. Caso faça parte, vou entrar em contato com a legenda. Realmente não está na minha vontade estar num partido alicerceado com o governo Lula.

Nesta quarta-feira, como noticiou o GLOBO, o partido do presidente da CPI do MST contribuiu para o esvaziamento do colegiado. Sete parlamentares da oposição foram retirados da comissão ---- o Republicanos pediu a substituição do titular Messias Donato (ES) e do suplente Diego Garcia (PR).

---- Me gerou decepção. Foi muito negativo para os parlamentares que foram afetados: tanto eu na presidência, como os outros dois que souberam dos seus desligamentos pela imprensa. Foi desnecessário, algo que a gente acredita que não deveria ocorrer.

CPI pode acabar mais cedo

Diante da remoção dos setes deputados, a oposição ---- antes maioria no colegiado ---- passou a estar em desvantagem diante do governo. Neste contexto, Zucco tenta reverter o cenário junto ao líder da bancada ruralista, Pedro Lupion, e o presidente da Câmara, Arthur Lira. Caso os parlamentares não retornem aos seus postos, a CPI pode terminar mais cedo.

A hipótese, no entanto, desagrada o presidente da CPI que ainda deseja manter as oitivas do líder do MST, João Pedro Stédile, e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

---- Ficou claro que os partidos movimentaram parlamentares defensores da pauta do agro e que querem investigar as invasões de propriedade. O esvaziamento é extremamente negativo, pode se criar uma narrativa contrária. Se não tivermos a maioria para apresentar requerimentos, relatórios, continuar o trabalho efetivo, vamos acelerar o relatório.

Sobre as invasões recentes do Abril Vermelho, Zucco é categórico: acredita que o governo Lula se omitiu e pode ter sido até conivente com o movimento social.

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