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Guedes fez o desfavor de juntar neutros a oposicionistas

Paulo Guedes precisa ter uma aula de política ou de intersecção dos conjuntos Era evidente que Paulo Guedes iria enfrentar os opositores da reforma da Previdência. Isso era parte do jogo. Mas ele cometeu o erro adicional, além da retórica agressiva, de partir do pressuposto de que apenas as esquerdas estão do outro lado. Esqueceu-se, por exemplo, que fala em nome de um governo que ainda não tem consolidada a sua base de apoio.

 

E por isso o PT ou o PSOL não podem responder. Afirmou, por exemplo: "Vocês estão há quatro mandatos [no poder]! Por que não cobraram impostos sobre dividendos? Vocês estiveram 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar, não cortaram nada? Eu respeiteia Casa, mas a casa não está me respeitando! A Casa não me dá o direito de falar!".

 

Nesse ponto da fala, ele estava gritando. Em primeiro lugar, quatro vezes quatro são 16, não 18. Ou teremos de chegar a FHC, e não sei se foi essa a intenção. Se estava se referindo aos governos petistas, foram pouco mais de 13 anos. Há várias impropriedades combinadas aí. A Câmara tem 243 deputados de primeiro mandato. Não consta que haja unanimidade na defesa da reforma. Se duvidarem, perguntem o que pensa Delegado Waldir (GO), que é líder do PSL na Câmara, partido de Bolsonaro. Em segundo lugar, inexiste um não-novato que não tenha sido poder em algum momento nesses 18 anos. Seus números sobre a reforma da Previdência podem estar corretos, mas sua matemática política é puro equívoco.

 

Em vez de criar, então, contradições entre os que são oficialmente oposição ao governo Bolsonaro e aos que são neutros, o que ele foi juntá-los. Sim, tratava-se de um embate em uma comissão. Mas a Câmara inteira estava de olho. Paulo Guedes precisa de uma aula de intersecção dos conjuntos. REINALDO AZEVEDO

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