2016 está nas mãos de PSD, PP, PDT…
O noticiário político tem sido dominado pela possibilidade de impeachment da presidente, as estratégias do PMDB, o fígado de Eduardo Cunha e as denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra políticos supostamente corruptos.
Estamos esquecendo de algo importantíssimo para o que resta de 2015 e 2016: os partidos “médios” na Câmara dos Deputados que ou estão pensando em sair da coalizão de Dilma ou já o fizeram.
Esses partidos são PSD (36 deputados, 2 ministérios), PDT (20 deputados, 1 ministério), PP (38 deputados, 1 ministério), PRB (21 deputados, 1 ministério), PTB (25 deputados, 1 ministério) e PR (34 deputados, 1 ministério).
A vingança de Eduardo Cunha
Integrantes da CPI dos Fundos de Pensão ligados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), identificaram um personagem que é visto como atalho para acossar o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL): trata-se do empresário Milton Lyra, conhecido como Miltinho, um coadjuvante das altas rodas de brasileiros com imóveis em Miami. Lyra foi apontado por delatores da Lava Jato e em inquérito da Polícia Federal como um operador de Renan no Postalis, o fundo de pensão dos Correios. As primeiras informações de inteligência obtidas por policiais e procuradores detectaram uma compra suspeita de um apartamento de R$ 25 milhões, por meio de uma offshore em nome de Lyra, que não teria lastro para a operação financeira. A informação atiçou aliados de Cunha – e Cunha ordenou a convocação de Lyra para a CPI dos Fundos de Pensão. Pressionado, Lyra, nos últimos dias, passou a mandar recados caso seja convocado pela CPI ou alvo da Lava Jato. “Vou para a delação”, ameaçou, mais em busca de blindagem do que com vocação para homem-bomba. As extravagâncias de Lyra armaram as forças que operam para colocar de vez Renan na mira da Lava Jato.
Agência contratada pelo PT paga R$ 20 mil de salário a criador de Dilma Bolada
No PT, existem duas Dilmas. Aquela que preside o país, a Rousseff, de que quase nenhum brasileiro gosta nestes idos de 2015. E a outra, a Bolada, que dois milhões de brasileiros curtem nas redes sociais. Como Bolada diz: “Sou a Rainha da Nação, a Diva do Povo, a Soberana das Américas… Sou linda, sou diva, sou Presidenta. SOU DILMA!”. Dilma Bolada, a caricatura que tem toda a simpatia e toda a verve que tanto faltam à presidente, é criação do publicitário Jeferson Monteiro. Ele sempre jurou – J-U-R-O-U – que fazia a personagem por amor. Mas ÉPOCA descobriu que o publicitário recebe um pixuleco de R$ 20 mil mensais do PT para fazer Dilma divar nas redes e zoar sem dó os adversários políticos da presidente e do partido.
As provas estão em documentos enviados por advogados da agência Pepper Interativa ao Superior Tribunal de Justiça. A Pepper é uma espécie de agência parapartidária do PT. É usada para tudo que o partido não pode fazer diretamente em campanhas ou nas redes sociais – como guerrilha digital a favor do governo e contra os assim declarados inimigos da causa. A Pepper trabalhou nas duas campanhas presidenciais de Dilma – Rousseff, não a Bolada – e tem contrato com o PT. Está sendo investigada no STJ na Operação Acrônimo, em que a PF descobriu evidências dum esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo o governador de Minas, Fernando Pimentel, e operadores do PT. ÉPOCA já mostrou que a dona da Pepper, Danielle Fonteles, é investigada por intermediar pagamentos do BNDES para a mulher do governador Fernando Pimentel, Carolina Oliveira, no período que ele era ministro de Dilma e chefiava o banco. Dani, como é chamada, usou até contas secretas na Suíça para receber dinheiro, enquanto pagava faturas de cartão de crédito da mulher de Pimentel.
A nova agenda das ruas
Depois de levar milhares de brasileiros às principais avenidas do País em protestos contra o governo no último domingo 16, dois dos principais movimentos de rua já planejam os próximos passos para manter a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff. Os focos, agora, são dois dos foros que poderão selar o destino da presidente: o Congresso e o TCU. No Congresso, o alvo é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nas últimas semanas, Renan, o antigo desafeto, foi convertido à tábua de salvação da governabilidade, ao propor uma pauta para destravar o País, a chamada Agenda Brasil. No TCU, o objetivo é fazer uma vigília em favor da reprovação das contas de 2014 da presidente. A rejeição pode levar ao impeachment, um dos objetivos dos movimentos de rua desde março, quando foi organizada a primeira grande manifestação depois da reeleição de Dilma.
Segundo Renan Santos, um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), em São Paulo, nos dias 25 e 26 de agosto, eles estarão em frente ao tribunal. Aliado do MBL, o “Vem Pra Rua” tem disparado e-mails com o número dos telefones dos ministros anexados para que a população também exerça pressão. “Queremos que eles votem com transparência”, diz um dos líderes do Vem Pra Rua, o empresário Rogerio Chequer. A ação contra Renan consistirá na montagem de acampamento em frente à residência dele em Brasília. “Nós estamos focados em tirar o nó da aliança feita entre Dilma e Renan”, afirma Santos.
Embora não sejam o foco principal, neste momento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também merecerão a atenção dos movimentos. De acordo com Chequer, o Vem Pra Rua pretende pressionar o TSE a retomar a votação que investiga irregularidades na prestação de contas eleitorais de Dilma, quanto Janot será cobrado a encaminhar com mais celeridade os pedidos de investigação que estão em sua mesa desde o dia 25 de maio. ISTOÉ
Lula com medo
Até as manifestações do dia 16 de agosto, o PT acreditava que a recente antipatia do brasileiro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era uma marolinha. O partido ainda alimentava a ilusão de que a popularidade do ex-líder sindical convertia em vilão qualquer um que desfiasse críticas a seu respeito. Os protestos promoveram, no entanto, a descanonização do mito. As crises política e econômica enfrentadas pelo País e que afetou a população como um todo, sem distinção de classe social, tornaram Lula alvo da insatisfação popular. O boneco inflável de 12 metros do ex-presidente vestido em trajes de presidiário confeccionado pelos manifestantes, e que virou febre nas redes sociais, ilustra bem o sentimento que hoje parte expressiva dos brasileiros nutre pelo petista. Mesmo em sua cidade natal, Garanhuns (PE), onde Lula sempre foi ídolo, conterrâneos saíram às ruas com faixas pedindo “desculpas ao Brasil pelo filho corrupto”. A alegoria dos protestos de Brasília fez a imprensa internacional questionar se o petista perdeu o troféu de “o cara”, numa referência à expressão.
Fazenda propõe pagar adiantamento do 13º de aposentados em 2 parcelas
O Ministério da Fazenda informou nesta sexta-feira (21) que está propondo o pagamento do adiantamento da primeira parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas em duas parcelas, sendo a primeira delas na folha de setembro e a outra na folha de outubro. A proposta da equipe econômica ainda será encaminhada à presidente Dilma Rousseff. A folha de setembro é paga no final de setembro e início de outubro. Já a de outubro é paga no fim daquele mês e início de novembro. O 13º engloba 28,2 milhões de benefícios.
Neste ano, devido ao fraco ritmo de atividade na economia, com queda da arrecadação, o governo não conseguiu realizar a antecipação da primeira parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas na folha de agosto, que é paga no fim deste mês e início de setembro. Com isso, rompeu uma tradição que ocorria desde 2006.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindinapi) entrou com uma ação, nesta semana, pedindo que o governo federal seja obrigado a antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos aposentados que recebem do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo Tonia Galleti, coordenadora do departamento jurídico do sindicato e responsável pela argumentação da tese, "o Estado, ao não antecipar a metade do 13º salário, desencadeou problemas na vida dos aposentados e pensionistas, que estão afetando suas condições mínimas de sobrevivência".
"O governo antecipa desde 2006 esse pagamento. Uma antecipação que ocorre desde 2006 sugere uma expectativa de direito que vem sendo ratificada todos os anos. A quantidade de aposentados que negociam esses valores junto a bancos é enorme. Com essa notícia, não parou o telefone do sindicato dos aposentados desesperados", disse Galleti.